Interferência política na estatal é um dos principais problemas apontados. Arthur Lira promete pautar proposta sobre o tema depois do recesso parlamentar

A votação do projeto que abre caminho para a privatização dos Correios ficou para depois do recesso parlamentar no Congresso. O Antagonista ouviu a opinião de três especialistas sobre a proposta. Para eles, será preciso “vencer a influência política na estatal”. José Del Chiaro, advogado especializado em Direito Concorrencial, afirmou que os Correios são “motivo de orgulho”, “mas a política destruiu a empresa e agora é preciso uma gestão técnica e profissional.”

Para o advogado, a futura empresa de capital misto poderia explorar por cinco anos, com exclusividade, os serviços de cartas, cartões postais, telegramas e malotes. Após esse prazo, a concorrência ficaria por conta das entregas do comércio digital, acredita José Del Chiaro. “Se demorar demais, essa privatização vai virar um ‘mito’. E a empresa e a regulação terão que funcionar como nas concessões de estradas e hidrelétricas, não como nas operações envolvendo muitos aeroportos, em que não houve ganho de eficiência e melhora de infraestrutura.”

Entre 2013 e 2016, a estatal registrou prejuízo total de R$ 3,9 bilhões, segundo dados compilados pela Associação dos Profissionais dos Correios. O vice-presidente da entidade, Marcos César Alves Silva, atribui parte desses resultados negativos às “seguidas retiradas de dividendos da empresa” na era petista.

O modelo de uma eventual privatização dos Correios ainda não está definido.

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